Resumo
OBJETIVO: Avaliar a ocorrência de infecções e as variáveis associadas a óbito entre pacientes queimados atendidos em um hospital universitário na cidade de Uberaba/MG.
MÉTODO: Estudo retrospectivo realizado por análise dos prontuários de pacientes queimados (2° e/ou 3° graus) internados entre janeiro de 2013 e janeiro de 2019. Foram avaliados tempo de internação, internação em unidade de terapia intensiva (UTI), uso de antibióticos, superfície corporal queimada (SCQ), infecções, vias de acesso e comorbidades anteriores. Os dados foram tabulados no Microsoft® Excel e analisados por IBM SPSS statistics 21 e GraphPad Prism 7.0 (p<0.05).
RESULTADOS: Foram avaliados 168 prontuários de pacientes com idades entre 0,12 e 84 anos (p=0,58). A ocorrência de infecção foi correlacionada a um risco relativo (RR) de quase seis vezes maior de óbito (RR=5,96; p=0,003). Pacientes com SCQ superior a 50% apresentaram RR cerca de 18 vezes maior de óbito (RR=18,33; p<0,0001). Demonstrou-se também aumento do número de óbitos em pacientes com mais de três acessos (RR=35,53; p <0,0001) e associação de óbitos com os custos hospitalares de internação (p=0,0018). Raça, sexo, tempo de hospitalização, hospitalização em UTI, comorbidades, uso de antibiótico e grau de queimadura não interferiram na sobrevida dos pacientes avaliados.
CONCLUSÕES: A incidência de infecções entre os pacientes queimados avaliados apresentou relação positiva com óbito, bem como a SCQ, o número de acessos utilizados e os gastos hospitalares. Atenção especial deve ser dada ao controle de infecções, visto ser esta uma variável possível de alteração mediante esforços e cuidados da equipe multiprofissional responsável por esses pacientes.
Palavras-chave: Queimaduras. Infecção Hospitalar. Morte. Unidade de Terapia Intensiva.